A SINDROME DOS 100 DIAS E OS INDICADORES ECONÔMICOS E SOCIAIS

Posted on 6 de abril de 2023

Os primeiros 100 dias de governo correspondem ao período de início de mandato de um representante eleito para ocupar um cargo executivo. Por seu caráter transicional, a boa governança durante o período é requisito fundamental para o desenvolvimento de um bom mandato nos 04 anos que seguirão após a posse.

No âmbito do executivo, os primeiros 100 dias de governo constituem o momento em que os eleitos preparam para cumprir suas promessas de campanha, a fim de que possam desenvolver uma gestão realista, fundamentada e eficiente durante o seu mandato, acertando nas nomeações dos secretários e ministros, que sejam capazes de desenvolver os projetos que atendam aos anseios da população. 

No Atual governo, analistas de mercado e economistas ouvidos, reconhecem que a cobrança é mais intensa que a média – visto que, a rigor, o mandato começou recentemente, mas atribuem parte da culpa aos sinais dúbios do presidente e de seus ministros.

Antes mesmo de subir a rampa do Palácio do Planalto, Lula precisou gastar capital político para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que desafogou os recursos para o funcionamento do estado e garantiu o aumento permanente do antigo Auxílio Brasil – uma promessa de campanha de ambos os candidatos.

O mercado financeiro se sentiu atacado no primeiro discurso do presidente e a indisposição veio em formato de disparo da cotação do dólar e de queda nas bolsas.

A nomeação de Fernando Haddad para o comando do Ministério da Fazenda de Luiz Inácio Lula da Silva causou reações diversas entre importantes membros do mercado financeiro, causando desconforto entre eles.

Outra indicação vista com reservas foi a de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não agradou aos agentes do mercado financeiro.

O economista e ex-diretor do Banco Central Tony Volpon fez uma analogia com um jogo de tênis, e chama as decisões de Lula de “erros não forçados”.  Para ele, as declarações não trouxeram pistas sobre os planos de governo e serviram apenas para dar um tom de confronto à relação com os agentes econômicos – “Com o passar do tempo foi caindo a ficha: esse é um governo que vai gastar mais, vai tributar mais. O equilíbrio é inflação e juro maior, porque esse é um contraponto a um impulso fiscal maior”, diz o economista.

Ainda sem encontrar uma marca para o seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva corre para tentar reempacotar velhos programas que serão a tônica do que pretende apresentar como resultado dos seus primeiros 100 dias de governo, a serem completados no dia 10 de abril.

Ao menos quatro planos do governo estão, desde a eleição, sob escrutínio intenso dos investidores: o reajuste do salário-mínimo, a ampliação do Bolsa Família. No caso do Bolsa Família, cujos pagamentos foram retomados recentemente, o desafio do governo tem sido identificar os milhares de cadastros irregulares, beneficiários incorporados ao programa durante o período eleitoral.

Os focos principais são a nova versão do Bolsa Família e a retomada do Minha Casa, Minha Vida, carro-chefe dos 100 dias será a retomada do programa habitacional que foi a marca das primeiras gestões petistas. Nessa nova fase, o governo focará apenas em entregar unidades já concluídas – e finalizar as inacabadas. A estimativa da pasta é que haja ao menos 120 mil unidades nestas condições.

No pacote dos 100 dias, o governo também pretende incluir outras reembalagens. Estão na lista o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), relançado semanas atrás, e o novo Mais Médicos, já anunciado. Para os próximos dias, estão previstos uma nova versão do Água para todos, voltado para combater a seca, e do Programa de Aquisição de Alimentos para distribuição para famílias carentes.

A terceira e última reunião ministerial para tratar das ações voltadas aos 100 dias, justamente para demonstrar que o governo não está parado, pontuou que Lula vai começar a viajar pelo país com a meta de visitar três estados por semana,

Vamos refletir: A corrida na gestão petista, no momento, é para lançar um pacote de obras de infraestrutura, que seria um sucessor do PAC. O governo, porém, nem sequer tem um nome para o programa. Na reunião da semana passada, o presidente se incomodou em chamá-lo de “novo PAC” e cobrou do ministro Paulo Pimenta (Comunicação Social) uma marca para mostrar que o governo está “inovando e tem criatividade”.

Por outro lado, o tema “política fiscal” abordado em entrevista recente, Haddad disse “se o novo arcabouço fiscal for aprovado com a credibilidade necessária, o BC terá de reagir à nova regra em algum momento”.

“A tese da harmonização do fiscal com o monetário tem que acontecer em algum momento do dia, não é possível manter a taxa de juro indefinidamente com as projeções de inflação que hoje estão no mercado”, disse Haddad. “Não faz sentido manter a taxa de juros perto de 14,0%.” O ministro da Fazenda afirmou que o espaço fiscal existente hoje no País para garantir crescimento econômico deve vir do Banco Central. 

Pensando estrategicamente: Ao contrário do que nos conta o horário político brasileiro, em época de campanha. Nesse novo contexto, se delineia a necessidade não só da reforma da administração pública e o planejamento tão necessários, muito conhecido e pouco utilizado em sua essência pelos nossos governantes. 

Tal qual em uma guerra, é fundamental conhecer profundamente o terreno, suas potencialidades e as adversidades do dia a dia, para evitar a repetição de episódios ocorridos com o Brasil em épocas recentes, em que o discurso populista veio como um canto de sereia, iludindo a todos, mas na verdade, não se implementou.             

Haverá futuro promissor para uma sociedade estruturada assim como a nossa? Pensamos que sim! Considerando pelo lado, digamos mais transcendente da questão, para apurar a estrutura social deste País.  


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