MERCADO DE TRABALHO: A REVOLUÇÃO ESTÁ EM MARCHA
Posted on 8 de março de 2023
Qual será a sua reação ao receber a notícia que a profissão que você exerce hoje deixará de existir a partir de amanhã?
Já é fato no meio corporativo e acadêmico que uma série de profissões deixarão de existir nas próximas décadas. Relatórios de organizações internacionais como a ONU, o Fórum Econômico Mundial e a OCDE atestam isso – que funcione como alerta para governos e classes profissionais.
Este dilema está presente no cotidiano de muitos trabalhadores, e é mais comum do que você imagina. No ambiente corporativo, a transformação digital impactou o mercado de trabalho, e foi mudado de forma acelerada com a pandemia da Covid-19, o que alterou não apenas o dia a dia das empresas, mas também a carreira dos colaboradores.
A pandemia impôs a implantação das novas tecnologias ao mercado de trabalho. Segundo a consultora peruana Patricia Merino, que escreveu o livro “O futuro do trabalho” (2020) em coautoria com Patricia Cánepa, a pandemia antecipou em cinco anos a transformação digital nas empresas.
Segundo especialistas, o mundo do trabalho em 2050 será totalmente transformado pelos avanços da Inteligência Artificial (IA) e da biotecnologia. Profissões que exigem uma menor qualificação deixarão de existir devido à automação, ao mesmo tempo que a demanda por profissionais humanos altamente especializados aumentará exponencialmente.
Se há algo que foi desmistificado neste período de pandemia, foi a ideia de que o trabalho remoto não funciona. O home office veio para ficar e tornou as pessoas mais produtivas.
Agora, o desafio para quem trabalha de casa é equilibrar o tempo dedicado à vida profissional e à pessoal. Isso é algo que terá que ser aprendido rápido.
Quem está buscando oportunidades no mercado de trabalho, deve se preparar para trabalhar de casa, assim como participar de processos seletivos online. Não basta evidenciar suas habilidades técnicas, é necessário mostrar que você domina as habilidades comportamentais necessárias para trabalhar em equipe – mesmo que de longe.
Vamos refletir: Algumas profissões que vão deixar de existir pela transformação digital, impactadas por meio da automatização das funções. Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou dez profissões com a maior probabilidade de serem automatizadas no Brasil com a Indústria 4.0: Assistente administrativo – Auxiliar de escritório – Vendedor de comércio varejista – Faxineiro – Motorista de caminhão – Alimentador de linha de produção – Operador de caixa – Professor de nível médio e ensino fundamental – Vigilante – Servente de obras.
Por outro lado, assim como haverá as que deixarão de existir, novas profissões irão aparecer para atender as demandas de um mundo cada vez mais tecnológico e com a expectativa de vida cada vez mais alta. O Center for the Future of Work, da Cognizant Technology Solutions, elaborou uma lista com as 21 profissões do futuro, que deve surgir até 2028:
– Mestre de edge computing: garante a segurança do ambiente de edge computing, onde o processamento dos dados acontece – Analista de cybercidade: monitora e analisa o fluxo de dados de uma cidade inteligente – Gerente de equipe humanos-máquinas: aprimora o relacionamento entre os trabalhadores e as máquinas, que no futuro do trabalho integram uma equipe híbrida – Detetive de dados: analisa e tira insights a partir do Big Data – Facilitador de TI: explora tendências e cria plataformas para usuários construírem os próprios ambientes colaborativos – Analista de quantum machine learning: especialistas em machine learning, computação quântica e data science podem apostar nesta profissão. Ela envolve pesquisa e desenvolvimento de soluções para aperfeiçoar algoritmos e sistemas – Gestor de desenvolvimento de negócios de inteligência artificial: projeta e implementa soluções de IA para acelerar vendas e negócios – Alfaiate digital: por meio de uma cabine especial, o profissional tira de forma precisa as medidas de clientes. Desenvolve peças de roupa personalizadas e adequadas ao biotipo de cada pessoa – Diretor de portfólio genômico: elabora estratégias para produtos biotecnológicos – – Oficial de diversidade genética: promove dentro das empresas um espaço de inclusão genética – Oficial de ética de sourcing: garante que os gastos da empresa atendem os padrões éticos dos acionistas – Coach de bem-estar financeiro: realiza orientações individuais para clientes que desejam aprimorar as finanças pessoais – Chief Trust Officer: constrói um bom relacionamento com o mercado financeiro e fiscaliza a transparência no uso de criptomoedas – Curador de memórias pessoais: por meio da realidade virtual, reconstrói experiências passadas de clientes que perderam suas memórias – Técnico de saúde assistida por inteligência artificial: auxilia pacientes na telemedicina, além de fazer exames, diagnósticos e administrar tratamentos – Walker/Talker: profissional especializado em fazer companhia para idosos em ambientes virtuais – Conselheiro de compromisso de saúde: atende remotamente usuários que usam pulseiras inteligentes para monitorar a saúde física – Guia de loja virtual: a atividade é remota e se baseia em realidade aumentada. O profissional atende o cliente instantaneamente e de forma personalizada – Corretor de dados pessoais: atua na bolsa de dados nacionais e internacionais para garantir a maior rentabilidade na venda das informações pessoais de um cliente – Construtor de jornadas de realidade aumentada: o profissional se envolve em todas as etapas da jornada de realidade aumentada, do projeto à execução – Controlador de estradas: responsável pela gestão do espaço de carros e drones autônomos. Monitora o espaço aéreo e as estradas por meio de plataformas automatizadas.
Pensando estrategicamente: O assunto foi discutido no Fórum Econômico Mundial em 2021, a partir das conclusões de uma pesquisa realizada em parceria com a consultoria PwC. O levantamento mostra a importância de investir no aprendizado de novas habilidades: se as empresas e o setor público se unirem na requalificação em larga escala da mão de obra, mais de 5,3 milhões de empregos seriam criados até 2030.
Entre as habilidades apontadas em Davos como necessárias para o futuro do trabalho estão a criatividade, a liderança, o pensamento analítico, o domínio de mais de um idioma e a inteligência emocional. Os profissionais também precisam aprimorar habilidades digitais para atender as demandas de um mercado de trabalho mais informatizado e global.
No contexto brasileiro, não é diferente, um estudo realizado na Universidade de Brasília (UnB) apontou que 54% das vagas de trabalho existentes hoje estão em risco no país e podem ser fechadas até 2026 se houver uma substituição completa de trabalhadores humanos por tecnologia já existente, tudo isso com produtividade superior à humana.
Além da adaptação às profissões do futuro, os benefícios da requalificação já são sentidos no presente por quem busca se especializar e aprender novas habilidades.
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