MORRE HENRY KISSINGER, UM INFLUENTE DIPLOMATA DO SÉCULO XX
Posted on 7 de dezembro de 2023
Henry Alfred Kissinger foi um proeminente diplomata e cientista político americano. Nascido na Alemanha em 1923, Kissinger e sua família fugiram da perseguição antissemita, emigrando para os Estados Unidos em 1938.
Ele completou 100 anos em 5 de maio de 2023, falecendo em 30 de novembro de 2023.
Kissinger serviu como conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos de 1969 a 1975 e, depois, como secretário de Estado de 1973 a 1977, durante a presidência de Richard Nixon e Gerald Ford.
Após sua carreira como diplomata e cientista político, continuou ativo em relações internacionais, escrevendo e aconselhando líderes mundiais.
Kissinger foi uma figura controversa devido ao seu envolvimento em vários assuntos internacionais, incluindo a Guerra do Vietname e a política externa dos EUA em relação ao Chile.
Uma das maiores conquistas de Kissinger foi seu trabalho no processo de normalização das relações dos Estados Unidos com a República Popular da China.
Henry Kissinger desempenhou um papel crucial na normalização das relações entre os EUA e a China. Sua visita secreta à China em 1971, como conselheiro de Nixon, foi um marco. O encontro com Mao Tsé-Tung estabeleceu uma abertura entre os países, resultando em diálogos que culminaram na visita de Nixon em 1972. Essa abertura foi significativa na Guerra Fria, desestabilizando a relação sino-soviética e ampliando o equilíbrio de poder global. Kissinger foi um elemento-chave nesse processo, utilizando a diplomacia da “abertura” para redefinir relações estratégicas entre EUA e China, trazendo consequências geopolíticas de longo prazo, abrindo caminho para o restabelecimento oficial dos laços diplomáticos entre os dois países em 1979.
Essa ação ajudou a transformar a política mundial e contribuiu significativamente para a estabilidade regional e global.
Outra conquista notável de Kissinger foi seu papel nas negociações para pôr fim à Guerra do Vietnã. Ele desempenhou um papel crucial nas negociações de paz em Paris, as quais resultaram em um acordo para o cessar-fogo em 1973.
Kissinger foi elogiado por seu envolvimento nas negociações secretas para promover um cessar-fogo e iniciar as conversas de paz entre os Estados Unidos e o Vietnã do Norte. Ele trabalhou intensamente para fazer as negociações, que finalmente levaram à retirada das tropas americanas em 1973.
Embora esse acordo não tenha levado a uma firmeza de paz, o engajamento diplomático de Kissinger foi considerado um marco importante no processo de paz e encerramento da guerra.
Kissinger também desempenhou um papel crucial nas negociações sobre controle de armas nucleares com a União Soviética. Como intermediário entre os EUA e a URSS, ele ajudou a estabelecer acordos importantes como o Tratado de Limitação de Armas Estratégicas (SALT I, assinado em 1972) e o Tratado sobre Mísseis Antibalísticos (ABM, assinado em 1972), e estabeleceram uma base para futuras negociações.
Embora o papel de Kissinger tenha representado um avanço significativo nas relações internacionais, alguns críticos argumentaram que sua política externa estava focada em suas próprias ambições e interesses nacionais, e não necessariamente na democracia e nos direitos humanos.
No entanto, não se pode negar que Kissinger teve um impacto profundo no fim da Guerra Fria, ajudando a estabelecer canais de comunicação e relações diplomáticas entre os Estados Unidos e seus adversários comunistas, reduzindo a ameaça de um conflito nuclear e trabalhando pela paz e pela estabilidade global.
Além de seu trabalho notável na China e no Vietnã, Kissinger também desempenhou um papel significativo na construção de pontes diplomáticas com a União Soviética durante a Guerra Fria. Ele trabalhou para superar as diferenças ideológicas e promover um diálogo construtivo entre os dois países, compensando e estabelecendo acordos importantes, como o Tratado de Limitação de Armas Estratégicas de 1972.
Kissinger canalizou seus esforços em melhorar as relações entre os Estados Unidos e a União Soviética durante a Guerra Fria, desempenhando um papel significativo na negociação dos Acordos de Limitação de Armas Estratégicas (SALT I) com a União Soviética, reduzindo as tensões nucleares e promovendo a estabilidade global.
No entanto, a sua conquista do Prêmio Nobel da Paz foi controversa e desencadeou um debate acalorado. Muitos criticaram o fato de que Kissinger também esteve envolvido em políticas internacionais controversas, como a operação de bombardeio do Camboja durante a guerra do Vietnã e o apoio a regimes autoritários em países como Chile e Argentina.
Essas críticas destacam o debate sobre o papel contínuo e a ética dos líderes políticos na obtenção do Prêmio Nobel da Paz. Alguns argumentam que as realizações de Kissinger na negociação do fim da guerra do Vietnã e nas relações EUA-URSS justificam o prêmio, enquanto outros acreditam que suas ações controversas invalidam sua conquista.
No final das contas, a conquista do Prêmio Nobel da Paz por Henry Kissinger teve um grande significado em relação aos esforços para promover a paz e a estabilidade internacional durante um período turbulento da história global.
A carreira de Henry Kissinger é controversa e a sua confirmação é debatida até hoje. Seu envolvimento em operações secretas da “realpolitik”, do alemão “política realística”, que é a prática política baseada na busca por resultados práticos e na segurança do Estado em um ambiente muitas vezes hostil, priorizando o poder e a estabilidade, muitas vezes em detrimento de considerações éticas ou ideológicas, que muitos consideravam amoral.
De qualquer forma, Henry Kissinger é amplamente considerado um dos diplomatas mais influentes do século XX. Seu trabalho na normalização das relações dos Estados Unidos com a China, nas negociações para pôr fim à Guerra do Vietnã e na construção de pontes com a União Soviética deixou um legado duradouro no campo da diplomacia internacional.
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