Os riscos de um orçamento irreal quando vivemos em época de incertezas
Posted on 6 de novembro de 2023
Uma peça orçamentária no âmbito das organizações (pública, privada ou OSCIPs) é um componente fundamental de seu sistema de planejamento financeiro. Essa peça, também conhecida como “item de orçamento” ou “linha de orçamento”, refere-se a uma categoria específica de despesa ou receita que está especificamente no orçamento da organização.
Em um orçamento, as despesas e receitas a serem previstas são regulamentadas por princípios orçamentários. Esses princípios são fundamentais para garantir a transparência e a legalidade do processo orçamentário. Universalidade, pormenorização e economicidade, são princípios que ajuda a organização a monitorar e controlar seus gastos e receitas de maneira mais eficaz.
Para criar um orçamento realista no âmbito das organizações, é preciso realizar uma análise minuciosa dos padrões de gastos e rendimentos do passado para identificar tendências e áreas onde os recursos estão sendo mal utilizados.
O maior obstáculo a ser transposto na elaboração de um orçamento é a falta acesso a informações financeiras e operacionais precisas sobre a organização. A falta desses dados pode dificultar a estimativa de receitas e despesas.
O ambiente econômico é volátil e pode sofrer mudanças significativas ao longo do ano. Fatores como inflação, taxas de juros e oscilações cambiais são alguns exemplos de incertezas econômicas que podem impactar o orçamento.
Em alguns setores, prever as variações sazonais pode ser um desafio, especialmente para organização que ainda não têm um histórico sólido.
Alterações nas leis e regulamentações fiscais, trabalhistas e comerciais podem afetar significativamente as finanças de uma organização.
Muitas organizações envolvem várias partes interessadas na elaboração do orçamento. Conciliar diferentes perspectivas e interesses pode ser um obstáculo, principalmente se houver falta de comunicação ou concordância sobre as metas financeiras.
Embora o orçamento deva ser uma ferramenta de controle e planejamento, um estresse excessivo pode ser prejudicial. É fundamental identificá-los e lidar com eles de maneira proativa para obter um orçamento mais preciso e útil.
A melhor estratégia de comunicação a ser usada para tornar o orçamento exequível para seu público-alvo são:
Ser transparente e comunicar de forma clara todas as informações e elementos relacionados ao orçamento, incluindo receitas, despesas, prazos, prioridades etc.
Tornar as informações orçamentárias complexas em conceitos simples e visualmente atraentes pode ajudar a torná-las mais acessíveis e compreensíveis para o público-alvo.
Personalizar a comunicação, adaptando a comunicação e as informações orçamentárias para o público-alvo específico, levando em consideração suas necessidades, interesses e níveis de conhecimento.
Promover a participação e o diálogo, incentivando o envolvimento ativo do público-alvo no processo orçamentário, permitindo que eles expressem suas opiniões, façam perguntas e forneçam feedback sobre as decisões relacionadas ao orçamento.
Utilizar canais de comunicação adequados, identificando os canais de comunicação preferidos pelo público-alvo e adaptar a estratégia de comunicação de acordo, isso pode incluir o uso de mídias sociais, sites, blogs, newsletters, reuniões públicas, entre outros.
Promover a educação financeira entre o público-alvo, oferecendo recursos e informações relevantes que os ajudem a entender e gerenciar melhor seus próprios orçamentos pessoais.
Acompanhar e avaliar o impacto da comunicação regularmente, mensurando o impacto da estratégia de comunicação, tanto em termos de compreensão e acessibilidade do público-alvo em relação ao orçamento, bem como em relação ao alcance dos objetivos orçamentários definidos.
Em épocas de incertezas econômicas, políticas e sociais, a aplicação do princípio da prudência na elaboração de um orçamento é altamente recomendável. Isso se aplica não apenas ao ambiente de negócios, mas também a orçamentos governamentais e pessoais. Aqui estão alguns motivos para aplicar o princípio da prudência em tempos de incerteza:
Mitigação de Riscos: A prudência ajuda a mitigar riscos ao evitar estimativas otimistas que podem resultar em déficits orçamentários.
Previsão de Perdas: Em um ambiente de incerteza, é importante considerar a possibilidade de perdas financeiras, como a redução de receitas devido a crises econômicas ou mudanças na legislação. A prudência ajuda a criar reservas planejadas para tais situações.
Os conflitos de interesse entre os gestores podem afetar significativamente a execução do orçamento. Os conflitos de interesse surgem quando os interesses pessoais dos gestores entram em conflito com os interesses da organização.
Os gestores responsáveis pela alocação de recursos dentro da organização podem priorizar projetos que beneficiem seus interesses pessoais em detrimento daqueles que são mais estratégicos para a organização
Gestores com conflitos de interesse podem estabelecer metas orçamentárias irrealisticamente altas para seus próprios departamentos, a fim de impressionar superiores ou garantir maiores bônus. Ocultar custos, inflar receitas ou realizar outras práticas contábeis questionáveis para cumprir as metas condicionais.
Em casos mais extremos, gestores com conflitos de interesse podem se envolver em comportamento desonesto, como desvio de recursos da organização para benefício próprio ou fraude financeira.
A falta de transparência na gestão orçamentária, quando influenciada por conflitos de interesse, pode dificultar a identificação de desvios orçamentários e o acompanhamento adequado do desempenho financeiro. Além disso, é importante que haja um ambiente corporativo que promova a ética e a responsabilidade, para que os gestores sejam incentivados a agir no melhor interesse da organização, em vez de buscar benefícios pessoais em conflito com os objetivos organizacionais.
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