EMPREENDEDORISMO SOCIAL E AS DESIGUALDADES NO BRASIL
Posted on 7 de dezembro de 2022
Empreendedorismo é o processo que tem por iniciativa implementar novos negócios ou mudanças em organizações já existentes. É um termo usado no âmbito empresarial e muitas vezes está relacionado com a criação de empresas ou produtos novos, normalmente envolvendo inovações e riscos.
Já o Empreendedorismo social é um conceito novo que trata de problemas antigos relacionados às desigualdades social e econômica. Esse conjunto de ações, em que a população passa a ter acesso a serviços melhores – como moradia, educação e saneamento básico, faz a diferença em um país onde a desigualdade continua a crescer de forma consecutiva nos últimos anos.
Você deve estar se perguntando qual a diferença entre essas iniciativas e o trabalho de organizações do terceiro setor. O empreendedorismo social cria negócios sustentáveis e de valor para a sociedade. baseadas em um modelo independente de doações e auxílio por parte do Estado, diferentes organizações provocam impactos expressivos, seja em nível local ou global.
A união entre propósito e levantamento inteligente de recursos precisa de uma estrutura e princípios sólidos para funcionar. Embora lutem por causas em comum, o empreendedorismo social não depende somente de doações para sobreviver.
Parte ou o total de suas receitas vêm de produtos e serviços, assim como em qualquer outra empresa. Entretanto, esse modelo não tem o lucro como objetivo principal, e, sim, o valor agregado a uma sociedade.
Enquanto o empreendedor “comum” cria um negócio para obter lucro, atendendo uma demanda do mercado, o empreendedor social toma uma iniciativa para resolver um problema, atender uma necessidade social, normalmente percebida em sua localidade, na comunidade onde ele vive e ou trabalha.
Com o passar do tempo, tal iniciativa pode vir a se tornar um negócio, que não exclui a obtenção de lucro, mas isto é mais uma decorrência do que uma primeira intenção.
Também é importante diferenciar o empreendedorismo social das ações de responsabilidade social, que são encabeçadas por empresas.
Essas campanhas costumam beneficiar comunidades de maneira pontual, por exemplo, entregando cestas básicas na época do Natal. Contudo, elas não necessariamente sustentam transformações mais profundas, que consigam mudar a condição desses indivíduos, dando suporte para que tenham a própria renda.
Já o empreendedorismo social existe justamente para promover essas mudanças, sendo realizado de modo contínuo e bem estruturado.
É muito comum que a história da iniciativa de um empreendedor social esteja ligada a um problema que uma pessoa ou grupo enxergaram em suas comunidades, a partir disso, buscar uma solução que beneficie a todos. O problema pode até estar presente em outros locais e, assim, a solução ser “escalável”. Mas o início é quase sempre local.
Vamos refletir: Ser um empreendedor social é estar à frente de uma iniciativa de empreendedorismo que agregue valor social. Na prática, significa utilizar as características e ferramentas do empreendedorismo para viabilizar um negócio de impacto socioambiental.
Veja o que diz Klaus Schwab, idealizador da Fundação Schwab – organização que auxilia modelos inovadores nesse campo: “Empreendedores sociais são pioneiros em abordagens mais sustentáveis e inclusivaspara modelos de negócios. Essas pessoas têm provado como empregados, clientes, fornecedores, a comunidade e o meio ambiente podem ser beneficiados quando todas as partes interessadas estão envolvidas na criação de valores socioeconômicos.”
A desigualdade social faz parte de um dos principais problemas brasileiros, e seus efeitos acabam repercutindo no próprio crescimento econômico do país.
No Brasil, esse campo ganhou força a partir dos anos 1990, quando houve considerável redução de investimentos públicos na área social e o aumento da presença e influência da sociedade civil organizada.
Nesse cenário, emergia, também, o empreendedorismo, que corresponde a uma nova forma de pensar a gestão de empresas, elevando sua flexibilidade e competitividade no mercado.
Não demorou muito para que esses conceitos se misturassem, utilizando a capacidade empreendedora para solucionar um dos principais problemas de ONGs e outras entidades focadas apenas no campo social: o levantamento de recursos financeiros.
Ainda que, no país, existem opções variadas para captar os valores necessários para que essas instituições funcionem, eles ficam limitados por burocracia e dificuldades, por exemplo, para levar as ações ao conhecimento de possíveis colaboradores.
Considerando o contexto do empreendedorismo, que nasce para propor soluções diferentes a questões antigas, fez todo o sentido empregar esse raciocínio para resolver a demanda financeira.
Em vez de concentrar os esforços na sensibilização de comunidades e na captação de recursos junto a governos e fundos de incentivo, os empreendedores sociais forjaram sua própria fonte de renda. Dessa forma, aliaram itens comerciais e auxílio à população, com o objetivo de formar negócios autossustentáveis.
Pensando estrategicamente… empreendedores sociais têm feito a diferença na vida de várias comunidades espalhadas pelo mundo. Seus projetos levam alimentos, melhores condições de vida, profissionalização, informação e cultura, contribuindo para o bem-estar social e preservação de ecossistemas naturais.
Hoje podemos enxergar movimentos em termos empreendedores que começam um negócio com um propósito social, sem passar necessariamente pelo estágio de uma iniciativa sem fins lucrativos. Este tipo de negócio social tende a crescer expressivamente. Sob esse viés, os empresários buscam a igualdade social e a modificação de vida da população carente, porém, existe um impasse, a pobreza cresce cada vez mais na sociedade brasileira.
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