Empresas familiares e o paradoxo da sucessão

Posted on 16 de fevereiro de 2017

(*) Antonio Carlos de Oliveira

 

Se observarmos, um expressivo número das empresas que se destacam no Brasil e no Mundo, são empresas familiares. Essas, atuam em diversos setores e mostram que podem ser modernas e competitivas, mesmo com uma grande presença familiar no seu controle acionário ou até em sua gestão operacional. E é sobre isso que vamos pensar estrategicamente hoje!

 

A economia de grande parte do mundo capitalista está alicerçada nessas organizações. Estabelecer essa representatividade, contribui para o aprimoramento de políticas públicas relacionadas ao empreendedorismo e ao sistema de produção doméstico, sem, contudo, ignorar outras variáveis relacionadas ao capitalismo.

 

E com o Brasil não é diferente! Quando estudamos o passado do país, vemos que a história da nossa economia foi escrita por esse modelo de negócio. Grandes indústrias que nasceram das necessidades regionais, somadas ao esforço pessoal de homens, mulheres e seus filhos, são hoje companhias de padrão e reconhecimento mundial.

 

Hoje, segundo dados do Sebrae, mais de 80% das empresas brasileiras são familiares. Companhias de todos os portes, predominando as pequenas e micros, que são responsáveis por 60% dos empregos formais no Brasil.

 

Por esses dados, podemos entender o quanto as organizações familiares são importantes para a manutenção de uma economia estável e para refletirmos sobre a necessidade de mantermos esse alto nível de geração de empregos e de mobilidade econômica. A manutenção dessas empresas e o investimento em incentivos públicos, são opções que podem contribuir muito para a restruturação do quadro de desemprego no país.

 

Mas para garantir a perenidade desse modelo de negócio, é fundamental pensarmos no aperfeiçoamento técnico da gestão dessas empresas e, principalmente, o investimento em políticas públicas que sejam suportes para elas.

 

Outros passos que são essenciais quando pensamos nessa manutenção, é a profissionalização de cada uma dessas empresas e o investimento em treinamentos e consultorias que preparem os líderes das organizações, sejam elas pequenas, médias ou grandes, para o processo de sucessão familiar. Esses são alguns dos maiores obstáculos desses empreendimentos, que insistem em seguir relutantes em dividir o poder com novos sócios e em admitir o acesso de profissionais não-familiares a cargos de direção ou como consultores.

 

Não podemos ignorar a real relevância dessas empresas e devemos analisar cautelosamente como lidamos com elas e como as estamos mantendo. Por serem tão importantes e estarem tão próximas a nós, te convido a olhar ao seu redor e a perceber o quão perto elas estão do seu cotidiano. Procure saber a história da companhia em que você trabalha e de tantos outros lugares por onde você passa. Eles podem ser gerenciados por famílias.

 

É preciso pensarmos estrategicamente esse modelo de negócio, assim a famosa frase “avô rico, pai nobre e filho pobre” pode se tornar uma realidade cada vez mais distante e um futuro improvável para nossa economia!

 

(*) Analista de negócios – Professor universitário.

 


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