Na dança das cadeiras, o Brasil voltou a integrar o top 10 das maiores economias do mundo, posto que não ocupava desde 2020. Segundo ranking da Austin Rating, a partir das estimativas para a atividade econômica dos diversos países feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o país saiu da 13ª posição no 4º trimestre de 2021 para a 10ª em março de 2022.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro projetado pelo Fundo para este ano ficou em US$ 1,833 trilhão, 14% maior que o indicado ainda por dados preliminares para o PIB de 2021. O bastante para ultrapassar por pouco mais de US$ 4 bilhões o PIB da Rússia, a 11ª colocada no ranking.

Além da Rússia, o Brasil ultrapassou também Coreia e Austrália, que este ano ocuparão a 12ª e a 13ª posições, respectivamente. A economia brasileira alçara o patamar das dez maiores do mundo em 2006, após ter caído desse grupo cinco anos antes. No ano passado, o PIB brasileiro ficou na pior colocação desde 2004, quando também havia sido o 13º colocado.

No ranking elaborado sobre as estimativas do FMI para este ano, a China, que em 1995 ficava logo atrás do Brasil, na nona posição, se consolida no segundo lugar. O PIB chinês projetado para este ano já beira os US$ 20 trilhões, mais de dez vezes superior ao brasileiro. Até 2027, conforme as projeções do Fundo, encostará nos Estados Unidos, primeiro colocado do ranking, que então já terá um PIB superior a US$ 30 bilhões.

Hoje a economia brasileira está no maior patamar de atividade desde o 4º trimestre de 2014, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os EUA, maior economia do mundo, apresenta um PIB nominal de US$ 25,45 trilhões, e compõe o top 3 com a China (US$ 19,91 trilhões) e o Japão (US$ 4,912 trilhões). A pujante economia da Índia, ultrapassou o Reino Unido, o mesmo estudo mostra o Canadá à frente da Itália.

As 15 maiores economias do mundo têm PIB nominal de US$ 78,94 trilhões, correspondendo a 76,1% de tudo o que é produzido no mundo (US$ 103,72 trilhões).

O Brasil ficou em 9º entre 32 países no ranking de melhor alta do PIB no 1º trimestre de 2022 contra o último de 2021, atrás de Peru, China, Turquia e México. A economia do país cresceu mais que as de Colômbia, Alemanha, França, Itália e Estados Unidos.
​​​            Vamos refletir: … O ambiente global tem sido marcado por um aumento sincronizado de juros em diversos países para conter o processo inflacionário. Os preços superaram as metas estabelecidas pelos bancos centrais ao redor do mundo e o aumento dos juros se mostra como necessário para conter a disseminação da inflação (controlar as expectativas) e reequilibrar as condições de oferta e demanda.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou recentemente o aumento dos juros em onze anos elevando a taxa em 0,5 ponto percentual, enquanto no Reino Unido, o Banco Central da Inglaterra (BoE) realizou novo aumento levando-a para 1,75% a.a..

Nos EUA, o ciclo de juros deve avançar no patamar contracionista para reduzir as pressões altistas dos preços, especialmente dos custos salariais. Esse cenário ganhou ainda mais força diante da robusta criação de vagas de emprego nos EUA em junho (528 mil novos postos) e da queda da taxa de desemprego para níveis pré-pandemia.

Pelo lado do PIB americano a atividade econômica recuou 0,9% no segundo trimestre de 2022, puxado pela queda dos estoques, consumo de bens e gastos do governo. Por outro lado, houve uma elevação do consumo de serviços, que reflete uma mudança importante no padrão de consumo das famílias após a suavização das medidas de distanciamento social.

Parte da diferença entre EUA e Brasil pode ser atribuída aos estímulos governamentais domésticos, que irão injetar um valor considerável na economia e devem contrapor parte da desaceleração econômica ligada a fatores externos e a política monetária em patamar contracionista.

Quanto à atividade econômica doméstica, o conjunto de indicadores setoriais divulgados sustentam a percepção de que a economia no segundo trimestre apresentou uma dinâmica de crescimento bem parecida com a que observamos nos três primeiros meses do ano.

Do ponto de vista geopolítico, o conflito entre Rússia e Ucrânia segue com os países em plena mobilização de guerra e a escalada do conflito envolvendo outras nações, além de intensificar a destruição da infraestrutura ucraniana. Um fato positivo foi a negociação de um corredor para escoamento de produtos agrícolas em troca da liberação das sanções de fertilizantes e trigos da Rússia, o que pode contribuir para conter os preços das commodities agrícolas.

Pensando estrategicamente: … Na dinâmica da atividade econômica, é importante destacar que ao longo do segundo semestre os impactos defasados da política monetária tendem a estar mais presentes. Por outro lado, os desdobramentos das políticas temporárias de apoio à renda terão desdobramentos não desprezíveis e devem estimular a demanda agregada, evitando uma desaceleração mais intensa do PIB.

Em relação ao mercado de trabalho, destacamos que a consolidação da reabertura econômica também teve desdobramentos positivos na geração de empregos, uma vez que estimulou setores intensivos em mão de obra. No trimestre encerrado em junho, a taxa de desocupação ficou em 9,3%.

No ambiente doméstico, observa-se sinais da participação entre comércio e serviços, contudo a expansão das atividades de serviços (com maior participação no PIB) compensou as perdas registradas por outros setores. Sendo assim, as informações divulgadas pelo IBGE sustentam a percepção de que o PIB no segundo trimestre apresentou ritmo de crescimento bem parecido com a que observamos nos três primeiros meses do ano. Outro aspecto positivo, refere se aos indicadores de inflação de agosto que revelaram o movimento de descompressão importante dos preços no curto prazo. Por fim, é importante enfatizar a expansão de linhas de crédito consignado, aumento de recursos do Plano Safra e do Pronampe como elementos que devem contribuir para o fortalecimento do desempenho econômico.