Nacionalismo além dos livros
Posted on 22 de novembro de 2017
Você sabe o que é nacionalismo? Talvez conheça a expressão. Mas conhece a fundo o que quer dizer essa palavra? E mais: vive ou conhece alguém que vive na prática a profundeza da expressão? Imagino que não.
O nacionalismo é o conjunto de atitudes e ações de valor político, moral e cultural que são fundamentais à nação, seja ela qual for, e que ensejam obrigações individuais e coletivas. É um termo usado para descrever a atitude que os integrantes de um país têm quando estão preocupados com a identidade nacional.
Aplicando esse conceito diretamente por aqui, o nacionalismo brasileiro é um movimento que valoriza o Brasil, a sua cultura, a sua diversidade e o seu povo.
Mas é possível dizer que cultivamos esse “sentimento” por aqui? Pelo contrário. Somos uma nação preconceituosa, que jura consciência negra, mas que exclui veementemente qualquer um que tenha a pele mais escura, por exemplo. Somos um país em que, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de 50 milhões de pessoas são considerados pobres, no sentido mais profundo da palavra. Isso corresponde a 31,7% da população do país. E dentro desse número existe um dado ainda mais preocupante: do total, 21,9 milhões de pessoas são indigentes. Não chegamos nem perto de ser um lugar igualitário e que respeita e valoriza suas origens.
Algumas pessoas tentam encontrar uma explicação para essa falta de nacionalismo em nós. Historicamente, o povo brasileiro nunca teve que se unir contra uma ameaça externa, como aconteceu em outros países. Mesmo quando o Brasil conquistou a independência, essa conquista foi alcançada para o benefício de um pequeno grupo que lutava pelos seus interesses. Muitos acreditam que por esse motivo somos o que nos tornamos.
Mas vamos além: ser nacionalista é amar a pátria e a nação; mas também é conhecer e respeitar os símbolos nacionais; procurar conhecer cada vez mais a trajetória o país ao longo dos anos; e é, principalmente, defender os interesses nacionais não somente com palavras, mas com atitudes.
Parece ironia, visto que fazemos basicamente tudo ao contrário.
Símbolos nacionais somente têm seu valor reconhecido na escola primária. Observe: passamos recentemente por dois feriados importantíssimos para a nação brasileira: os dias 15 e 19 de novembro. Ledo engano pensar que foram comemorados em sua essência ou ao menos foram lembrados em seu significado, apesar de refletirem a história do Brasil. O dia da Proclamação da República e o Dia da Bandeira não são e nem foram lembrados por ninguém. Afinal, são apenas feriados e devem significar DESCANSO. Não é isso?
Absolutamente não. Ambos significam luta, liberdade e patriotismo! Mas o que esperar de uma população que só se lembra que somos um país livre quando sua liberdade pessoal é violada? Como defender um povo que somente dá valor à sua bandeira nas olimpíadas ou na Copa do Mundo? O nacionalismo não é e nem devem ser momentâneo. Não pode ser passageiro.
Não valorizar a nossa nação, a médio e longo prazo, significa destruir nossos valores e criar gerações de jovens totalmente alienados sem perspectiva com relação ao futuro.
Pensando estrategicamente, deveríamos remar contra essa correnteza. O Brasil não precisa de acomodados sempre dispostos a fazer críticas destrutivas. Não precisamos de milhares que nada praticam, e nem de milhões que assistem governos corruptos, políticos ladrões e toda essa situação lamentável que presenciamos cotidianamente. O Brasil precisa de gente que se levanta e arregaça as mangas, que luta e que esteja disposta a construí-lo forte, firme e digno.
Como diria Ruy Barbosa: O patriotismo tudo vence! Precisamos resgatar o nosso sentimento de amor pelo Brasil, não apenas aflorado por uma ideologia, moda, partidarismo político ou impressões tiradas diante do que a imprensa mostra cotidianamente.
A bandeira do nosso país está estendida por aí, não literalmente. Cabe a nós tirá-la da lama e hasteá-la como ela realmente deve ser mantida. Um povo sem história, não consegue vislumbrar o futuro!
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